Planeta Terra é autêntico triturador de asteróides
por BRUNO ABREU ... in Diário de Noticias
Uma equipa de cientistas norte-americana descobriu que os asteróides não são tão sólidos como parecem e que até a força gravitacional do nosso planeta os consegue destruir.
Visto do espaço, o planeta Terra parece uma bola azul bastante serena. Mas os asteróides não têm a mesma opinião. Um grupo de cientistas norte-americano descobriu que a gravidade terrestre funciona como as lâminas de um triturador para estes corpos celestes. Isto porque afinal os asteróides são menos sólidos do que o que se imaginava. Está dado o primeiro passo para construir uma arma que desintegre os asteróides antes que caiam na Terra.
Pensava-se que estes corpos celestes tinham uma forma semelhante a uma batata devido às colisões frequentes com os planetas vizinhos. Mas observações recentes mostram que os asteróides, quando vistos de perto, são semelhantes a montes de gravilha unidos pela fraca gravidade que estes corpos celestes têm. Aliás, esta força é tão fraca que por vezes os asteróides se dividem em dois, recongelando-se centenas de anos depois.
Agora, os investigadores sugerem que estes asteróides próximos da Terra (NEA, em inglês) - aqueles que a órbita faz passar próximo do nosso planeta - são tão frágeis que as faces se desfazem sempre que encontram a gravidade terrestre.
Esta ideia surgiu devido a uma curiosa observação: a maioria dos asteróides apresenta uma camada ligeiramente avermelhada por causa do constante bombardeamento de partículas de vento solar. A este processo chama-se erosão espacial. Mas a superfície dos NEA estava fresca e sem efeitos de erosão espacial. O asteróide tinha a superfície fresca por causa da passagem junto do campo gravitacional terrestre. O passo seguinte foi reproduzir as órbitas de todos os NEA que não apresentavam erosão espacial.
"Todos os asteróides frescos, quando localizada a sua rota até há 500 mil anos, passaram próximo da Terra", diz Richard Binzel, co-autor do estudo, do Massachusetts Institute of Technology de Cambridge (EUA). O que parece acontecer, explica Binzel, é que até a mais "gentil" força gravitacional consegue triturar a superfície de um asteróide. "É como se raspássemos uma parede de neve suja", diz. "O resultado seria uma camada de neve que iria tornar a parede fresca e brilhante novamente".
Em 2029 está prevista a passagem de um asteróide, o que será uma oportunidade para investigar melhor a sua superfície.
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