sábado, 27 de fevereiro de 2010

Politicos da nossa praça

Um homem ia a passar junto à porta do Plenário da Assembleia da República e ouve uma gritaria que saía lá de dentro.
"Filho da Puta, Ladrão, Salafrário, Assassino, Traficante, Mentiroso, Pedófilo, Vagabundo, Sem Vergonha, Trafulha, Preguiçoso de Merda, Vendido, Usurário, Foragido à Justiça, Oportunista, Engana Incautos, Assaltante do Povo..."
Assustado, o homem pergunta ao segurança, parado na porta:
"O que está a acontecer ai dentro? Estão a brigar ?!
"Não , não", responde o segurança.
"Para mim estão a fazer a chamada para saber se falta alguém"!!!

(desconheço o autor / recebido por mail)

Não vale a pena sofrer

Alguém na vida não te soube merecer,
E por esse alguém tanto foste sofrer,
Pobre desgraçado!...
Mas esquece as mágoas desse amor,
Não chores, não sofras, disfarça tua dor,
Mal-aventurado!

Esse alguém ao ver o teu sofrimento,
Mostra ainda grande contentamento,
E felicidade.
Sabes bem que a vida é mesmo assim,
Faz-nos sofrer do princípio ao fim;
- É pura verdade!

Todos nós, nesta vida temos de sofrer,
Mas temos de pensar que temos de vencer;
É preciso lutar!
Para quando chegar o nosso dia,
Possamos dizer com grande alegria:
- Acabei por triunfar!...

E tu meu amigo, amigo sincero,
(Pois pelo menos assim o espero),
Podes ter a certeza:
- Esquece completamente esse paixão,
Dá um pouco de alívio ao coração;
Deixa a tristeza!

Vive esta vida verdadeiramente,
Mas vive-a, ama-a ardentemente
Com quem te merecer.
Nunca queiras massacrar teu coração,
Faz mas é da tua vida uma canção;
- Não vale a pena sofrer!

12.VIII.1974

José C. Ramalho – Direitos de Autor Reservados / SPA

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

...eu, eu desejo...


...eu, eu desejo...
todos os teus gestos,
todos os toques dos teus dedos,
todo o teu olfato e paladar...
sentir-me mais intensa e por inteiro,
para sentires minha entrega
e atender aos meus apelos....
eu quero todos os teus zelos...
exageros e urgências...
quero-te inteiro e gostoso...
tomando-me e tendo-me,
também assim...

Usantes

Rui Veloso - Porto Covo

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Olhos no olhos - Maria Bethânia -


Quando voce me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme
Quase enlouqueci
Mas depois como era de costume, obedeci
Quando voce me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos
Quero ver o que voce faz
Ao sentir que sem voce eu passo bem demais
E que venho até remoçando
Me pego cantando sem mais nem porque
E tantas águas rolaram
Tantos homens me amaram bem mais e melhor que voce
Quando talvez precisar me mim
Voce sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos
Quero ver o que voce diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

Chico Buarque

Lembras-te daquela noite ao luar?

Lembras-te daquela noite ao luar,
Deitada na areia juntinha a mim?
As ondas do mar vinham rebentar,
E as nossas bocas iam-se beijar,
Como num sonho que não tinha fim!

Teu corpo deleitoso tão sensual,
Percorrido por mim ardentemente;
Era um poema gostoso, divinal,
Num orgasmo profundo, especial,
E o vulcão explodia de repente.

Por fim nossos corpos saciados,
Naquele momento, enfim, cediam;
Numa paz interior bem relaxados,
Na areia, bem juntinhos, adormeciam!...

José C. Ramalho - Direitos de Autor Reservados / SPA

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Teus olhos são diamantes

Teus olhos são fascinação,
Sublimes em minha poesia;
Penetram-me o coração,
Deixam-me louco de paixão,
Penso neles de noite e dia.

É este o meu sentimento,
Estou cativo p’lo teu olhar;
Ou não fosse Filho do Vento,
Que quando olho o firmamento,
Vejo as estrelas a brilhar.

E dessas estrelas brilhantes,
Emergentes de fantasia;
Teus olhos são diamantes,
Que da noite fazem dia.

José C. Ramalho - Direitos de Autor Reservados / SPA

sábado, 20 de fevereiro de 2010

1969 - Luís Cília - "O menino de sua mãe"


O Menino da Sua Mãe

No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado
- Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece

Raia-lhe a farda o sangue
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos

Tão jovem! Que jovem era!
(agora que idade tem?)
Filho unico, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe».

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve
Dera-lhe a mão. Está inteira
É boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço... deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:
"Que volte cedo, e bem!"
(Malhas que o Império tece")
Jaz morto, e apodrece,
O menino de sua mãe.

Fernando Pessoa

Guernica em 3 dimensões

We Are The World 25 For Haiti - Official Video

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pôr do sol na Serra de Aracena ( Espanha )

Fotos e montagem:  JC  Ramalho - Direitos de Autor Reservados / SPA

E o tempo ficará parado


Morena que me fazes sonhar,
E despertar mil emoções;
Que gostoso esse teu olhar,
Tua boca eu quero beijar,
Musa das minhas canções.

Estremece o meu coração,
Cantando a tua beleza;
Porque tu és sempre a razão,
Desta grande motivação,
Estrela de primeira grandeza.

Porque és tão sedutora,
E de mim estás tão distante?
Esta paixão arrebatadora,
Minha musa inspiradora,
Tu és deveras fascinante.

Sentir a mulher ardente,
Cheia de desejo inflamada;
Gostosa, divina, atraente,
Que prende a alma da gente,
Que gosta de ser conquistada.

Quero sentir-me na estrelas,
Contigo deitada a meu lado;
Fazer amor à luz das velas,
(As horas vamos esquecê-las),
E o tempo ficará parado.


José C. Ramalho - Direitos de Autor Reservados

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

D. João III e companhia

Fotos tiradas da net - Montagem JC Ramalho

Filho do rei Venturoso,
Chamaram-lhe o Piedoso,
O terceiro que foi João;
Que em Portugal reinou,
E neste reino ateou,
As fogueiras da Inquisição.

Os judeus são perseguidos,
Acusados de heresia;
Apesar de convertidos,
Sufocaram na agonia.

Fez do irmão, Cardeal,
Do reino, Inquisidor-mor;
Para Piedoso, nada mal,
Poderia ter sido pior?

Henrique, o Inquisidor,
Foi o pior dos tiranos;
Nem à Pátria teve amor,
Entregou-a aos castelhanos.

Ficou um país decadente,
Depois de um grande apogeu
Governado por esta gente,
A independência perdeu.

Sessenta anos de cativeiro,
Cardeal Henrique, o coveiro,
Destes reinos de Portugal;
Que só após a Restauração,
De novo foi  livre a nação,
Nesse 1º Dezembro imortal.

José C. Ramalho - Direitos de Autor Reservados / SPA

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Maurice Jarre - Doctor Zhivago


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Maurice Jarre
Nome completo Maurice-Alexis Jarre
Data de nascimento 13 de setembro de 1924
Local de nascimento Lyon
França
Data de falecimento 29 de março de 2009 (84 anos)
Local de falecimento Los Angeles, Califórnia
Estados Unidos
Ocupação compositor
Óscares da Academia
1962 - Lawrence da Arábia (Melhor trilha sonora)
1965 - Dr. Jivago (Melhor trilha sonora)
1984 - A Passage to India (Melhor trilha sonora)
Prémios Golden Globe
1965 - Doctor Zhivago (Melhor trilha sonora)
1984 - A Passage to India (Melhor trilha sonora)
1988 - Gorillas in the Mist: The Story of Dian Fossey (Melhor trilha sonora)
1995 - A Walk in the Clouds (Melhor trilha sonora)

Famoso por compor a trilha sonora de grandes sucessos de bilheteria, foi vencedor de três Oscars, quatro Globos de Ouros, dois BAFTA, GRAMMY, ASCAP. Possui uma estrela na calçada da fama em Hollywood Boulevard. Além de suas composições para cinema e teatro ele também compôs ballets, concertos, óperas e cantatas.

Biografia
Maurice Jarre demonstrou seu interesse por música em sua adolescência, e contra a vontade de seu pai, matriculou-se no Conservatório de Paris onde estudou percussão, composição musical e harmonia.[1]
Sua carreira musical ganhou impulso quando em 1961, o produtor Sam Spiegel o indicou para trabalhar com David Lean em seu filme Lawrence da Arabia. Incialmente a música deste filme seria composta por três compositores, sendo que por vários motivos o trabalho ficou totalmente nas mãos de Jarre, o que lhe rendeu o Oscar de melhor trilha sonora. Depois deste filme, veio a colaborar em mais três filmes de David Lean: Doutor Jivago, A filha de Ryan e Passagem para a India. Dois destes filmes também lhe renderam o Oscar e popularidade, tanto que já estava cotado para compor a trilha de outro filme do diretor, intitulado Nostromo, porém Lean morreu antes de chegar a produzí-lo.
Maurice Jarre costumava utilizar muita percussão em suas trilhas, chegando a incluir instrumentos étnicos como a cítara em Lawrence of Arabia, ou a fujara em A Tin Tambor. Nos anos 1980 incluiu arranjos eletrônicos em sua música, e chegou compor uma trilha totalmente eletrônica para o filme The Year of Living Dangerously (O ano em que vivemos em perigo).[1]
Vida pessoal
Maurice Jarre foi casado quatro vezes, e teve três filhos. Teve seu primeiro filho com Francette Pejot, o músico francês Jean Michel Jarre. Em 1965 casou-se com a atriz francesa Dany Saval e desta relação nasceu sua primeira filha Stéfanie Jarre. Depois de se mudar para os EUA, casou-se novamente com a atriz norte-americana Laura Devon e teve seu segundo filho, o roteirista estadunidense Kevin Jarre. Sua última esposa foi Fong Khong, com quem esteve desde 1984.



Carta de um funcionário público para o 1º Ministro


Ex mo. Sr. 1º Ministro,
Vou alterar a minha condição de funcionário público, passando á qualidade de empresa em nome individual (como os taxistas) ou de uma firma do tipo"Jumentos & Consultores Associados Lda. " E em vez de vencimento passo a receber contra factura, emitida no fim de cada mês.
Ganha o ministro, ganho eu e o país que se lixe!
Ora vejamos:
Ganha o ministro das Finanças porque:
- Fica com um funcionário público a menos.
- Poupa no que teria que pagar a uma empresa externa para avaliar o meu desempenho profissional.
- Ganha um trabalhador mais produtivo porque a iniciativa privada é, por definição, mais produtiva que o funcionalismo público.
- Fica com menos um trabalhador, potencial grevista e reivindicador que por muito que trabalhe será sempre considerado um mandrião.
E ganho eu porque:
- Deixo de pagar na totalidade todos os impostos a que um funcionário público está obrigado, e bem diga-se, pois passo a considerar o salário mínimo para efeitos fiscais e de segurança social.
- Vou comprar fraldas, champôs, papel higiénico, fairy, skip e uma infinidade de outros produtos à Makro que me emite uma factura com a designação genérica de 'artigos de limpeza', pelo que contam como custos para a empresa.
- Deixo de ter subsídio de almoço, mas todas as refeições passam a ser consideradas despesa da firma.
- Já posso arranjar uma residência em Espanha para comprar carro a metade do preço ou compro um BMW em leasing em nome da firma e lanço as facturas do combustível e de manutenção na contabilidade da empresa.
- Promovo a senhora das limpezas lá de casa a auxiliar de limpeza da firma.
- E, se no fim ainda tiver que pagar impostos, não pago, porque três anos depois o Senhor Ministro adopta um perdão fiscal; nessa ocasião vou ao banco onde tinha depositada a quantia destinada a impostos, fico com os juros e dou o resto à DGCI.
Mas ainda ganho mais:
- Em vez de pagar contribuições para a CNP, faço aplicações financeiras e obtenho benefícios fiscais se é que ainda tenho IRS para pagar.
- Se tiver filhos na universidade eles terão isenção de propinas e direito à bolsa máxima (equivalente ao salário mínimo) e se morar longe da universidade ainda podem beneficiar de um subsídio adicional para alojamento; com essas quantias compro-lhes um carro que, tal como o outro, será adquirido em nome da firma assim como manutenções e combustíveis.
- Se tiver um divórcio litigioso as prestações familiares que o tribunal me condenar já não serão deduzidas directamente na fonte e recebo o ordenado inteiro e só pago se me apetecer. . . !
Como se pode ver, só teria a ganhar e já podia dizer em público o nome da minha profissão sem parecer uma palavra obscena, afinal, em Portugal ter prejuízo é uma bênção de Deus!
Está visto que ser ultra liberal é o que realmente vale a pena, e porque é que os partidos que alternam no poder têm tantos votos. . . ?
Atentamente
A. Bivar de Sousa

Navio Escola Sagres

O Navio Escola Sagres iniciou a 19 de Janeiro a sua terceira viagem de circum-navegação, que deve durar cerca de onze meses. É a terceira vez que a Sagres realiza uma Circum-navegação, tendo a última viagem ocorrido em 1983/84.

Mais uma vigarice do governo

ADIDA EM LONDRES
INFORMAÇÃO A TODOS OS PORTUGUESES....
AFINAL OS NOSSOS JOVENS TÊM
MÉRITO...OU NÃO????



A nossa Maria merece...
'De acordo Com O Correio da Manhã, Maria Monteiro, filha do antigo
Ministro António Monteiro e que actualmente ocupa o cargo de adjunta
do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros vai para a
Embaixada portuguesa em Londres.
Para que a mudança fosse possível,
José Sócrates e o ministro das
Finanças descongelaram a título excepcional uma contratação de pessoal
especializado.
Contactado pelo jornal, o porta-voz Carneiro Jacinto explicou que a
contratação de Maria Monteiro já tinha sido decidida antes do anúncio
da redução para metade dos conselheiros e adidos das embaixadas.
As medidas de contenção avançadas pelo actual governo, nomeadamente o
congelamento das progressões na função pública, começam a dar frutos.
Os sacrifícios pedidos aos portugueses permitem :
assegurar a carreira desta jovem de 28 anos que, apesar da idade, já conseguiu, por mérito próprio e
com uma carreira construída a pulso, atingir um nível de rendimento mensal superior a 9000 euros.
É desta forma que se cala a boca a muita gente que não acredita nas
potencialidades do nosso país,
os zangados da vida que só sabem
criticar a juventude, ponham os olhos nesta miúda.
A título de curiosidade, o salário mensal da nossa nova adida de
imprensa da embaixada de Londres daria para pagar as progressões de
193 técnicos superiores de 2ª classe, de 290 Técnicos de 1ª classe ou
de 290 Assistentes Administrativos.
O mesmo salário daria para pagar os salários de, respectivamente, 7,
10 e 14 jovens como a Maria, das categorias acima mencionadas, que
poderiam muito bem despedir-se, por força de imperativos orçamentais.
Estes jovens sem berço, que ao contrário da Maria tiveram que
submeter-se a concurso, também ao contrário da Maria já estão
habituados a ganhar pouco e devem habituar-se a ser competitivos.
A nossa Maria merece.
Também a título de exemplo, seriam necessários os descontos de IRS de
92 Portugueses com um salário de 500 Euros a descontarem à taxa de
20%.
Novamente, a nossa Maria merece!'
Merece,
em nome do Progresso,
do grande Choque Tecnologico!
VIVA O P.S.!!!....VIVA!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O verdadeiro rosto de Leonardo da Vinci

Cartas de amor

«Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)»

Álvaro de Campos, 21/10/1935

Os misteriosos painéis da Sé de Évora

Amália Rodrigues - Abandono, 1962

Amália Rodrigues - Abandono - Século XX

David Mourão Ferreira neste poema fez homenagem aos presos politicos do anterior Regime Português. Alaín Oulman fez esta música tão envolvente que até uma pessoa se arrepia a ouvir a Grande Amália Rodrigues, em uma das suas mais belas criações.



Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.

Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.

Carnaval no Brasil

15 Fevereiro 2010
Nas festividades do Carnaval
Governo brasileiro distribui 55 milhões de preservativos
Consciente de que a folia carnavalesca no Brasil não acontece apenas nos sambódromos e atrás dos camiões de som pelas ruas e que, é quase uma tradição, grande parte das vezes termina na cama, as autoridades de Saúde vão distribuir este ano ao longo do Entrudo nada menos que 55 milhões de preservativos, as populares “camisinhas”.
Além dessa distribuição, o Ministério da Saúde, que é comandado pelo português José Gomes Temporão, que vive desde criança no Brasil mas nasceu no Minho, desencadeou uma campanha de informação e educação denominada “Camisinha, por amor, por paixão ou por sexo mesmo, use sempre”.
A campanha será especialmente dirigida a adolescentes do sexo feminino, e ao público homossexual, os grupos onde há maior risco de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e também aqueles que são mais cobiçados para uma noite de prazer após a folia.

Domingos Grilo Serrinha, correspondente no Brasil

Áh deusa morena... ardente de paixão


“Hoje acordei com vontade de te pegar,
Apertar-te nos meus braços docemente;
Fazer amor contigo de forma pungente,
Envolver-te no meu corpo para te deliciar…

…Sentires a tua fêmea de desejo palpitar,
Querer ser possuída de forma urgente;
Depositares em mim a tua semente,
Num gozo infinito para te endoidar”…

Áh deusa morena… ardente de paixão,
Quero sentir contigo íntima satisfação,
Desfrutando dos teus prazeres sensuais.

Corpos nús, envolvidos, abraçados,
Numa lascívia satisfeitos, bem suados,
Como que a dizer, que querem sempre mais!...

José C. Ramalho - Direitos de Autor Reservados / SPA

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Compay Segundo - Guantanamera

Passei no Tejo à noitinha

Baía do Tarrafal - Cabo Verde

Passei no Tejo à noitinha
Com um amigo a meu lado,
Trago um barco de papel
Pró deitar no mar salgado.
Quando o barco se romper
Deito no Tejo uma estrela,
(A estrela brilha tão fundo
Que não tornarei a vê-la?)

Dizem homens e mulheres
Que nas águas desse Tejo
Barra fora lá seguiram
Camponeses do Alentejo
Que nesse tempo sentiram
O que era a triste vida,
Feita de pouco e de nada,
E por demais permitida
Em tanta vida sofrida.

Falam os homens mais velhos
Que nesse rio, ó desgraça,
Partiu barco e partiu povo
Rumo a Timor e Mombaça,
Passando pelo mar novo
Desse Cabo Bojador,
Gente de paz, sem rancor,
Que nunca a ninguém fez mal.

Dizem homens e mulheres,
Com espanto e em segredo,
Que nas margens do rio Tejo
Partiu gente pró degredo,
A navegar, navegar,
Os barcos seguiam rota
Pelos fundos desse mar,
Como se fossem às Índias
Buscar pimenta e coral,
Os barcos seguiam rota
Com homens em cativeiro,
Timor, Bié, Tarrafal,
E regressavam com ferro,
Ai, regressavam com ferro,
Madeiras, coco e sisal.

Antunes da Silva ... (Canções ao Vento)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A Ponte do Rio Kwai


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Ponte do Rio Kwai (em inglês: The Bridge on the River Kwai) é um filme anglo-americano de 1957, dirigido por David Lean. É baseada no romance de Pierre Boulle Le pont de la rivière Kwai de 1952.

O filme foi rodado na Inglaterra e no Sri Lanka.
Os autores do roteiro, Carl Foreman e Michael Wilson, estavam na "lista negra", acusados de pertencer a organizações comunistas, pelo que tiveram de trabalhar secretamente, e sua contribuição não foi credenciada na primeira versão. Por essa razão, o prêmio Oscar ao melhor roteiro adaptado foi concedido unicamente a Pierre Boulle, autor da novela original, que nem sequer sabia inglês. Em 1984, a Academia concedeu um prêmio póstumo aos dois roteiristas.
Enquanto no filme os prisioneiros construiram a ponte em dois meses no filme, a empresa britânica contratada cobrou 250 mil dólares para construir a ponte e levou oito meses para finalizá-la, usando 500 trabalhadores e 35 elefantes. A ponte foi demolida em poucos segundos na cena final do filme.

Durante a Segunda Guerra Mundial, prisioneiros britânicos recebem o encargo dos japoneses de construir em plena selva uma ponte de transporte ferroviário sobre o rio Kwai, em Tailândia. O coronel Nicholson, que está à frente dos prisioneiros, é o oficial britânico que procura uma forma de elevar a moral de seus homens. Vê a ponte como uma forma de conseguí-lo, tendo-os ocupados na construção e sentindo-se orgulhosos da obra. Por sua vez, o major americano Shears, prisioneiro no mesmo campo, só pensa em fugir. Ao final, ele o consegue e, na contramão de sua vontade, volta algumas semanas depois, guiando um comando inglês, cuja missão é destruir a ponte construída pelos prisioneiros no instante em que passar o primeiro trem.Isso ocorre porque essa ponte serviria como fonte de transporte de armas bélicas para o Japão ajudando eles na guerra,o que o EUA não queria.

Do visconde de esgrima, as armas que mataram o rei...

Por António Simões

Em 1900, torneio de esgrima na Sociedade de Geografia. Ganhou-o Sebastião de Herédia. Recebeu o prémio das mãos de D. Amélia. Foi com o dinheiro do Visconde da Ribeira Brava, pai de Sebastião, que se compraram as armas que, oito anos depois, deixaram a rainha viúva. Mas até lá, um rodopio de histórias e conjuras, atentados e revoluções falhadas. E para Francisco de Herédia, fim trágico – degolado.
Em 1900, na Sala Portugal da Sociedade de Geografia, António Martins organizou um torneio de esgrima, com a colaboração da Real Academia dos Amadores de Música. O «programa da festa» foi desenhado pelo pintor Carlos Reis. Trabalhara ao balcão da Tabacaria Nunes, ao Rossio, de um parente seu, que ao aperceber-se do jeito para o traço juntou empenhos para o matricular na Escola de Belas Artes. D. Carlos, ainda príncipe real, ofereceu-se para o ajudar – estabelecendo-lhe pensão de cinco libras para garantia de estudos e foi assim que Reis se tornou num dos maiores pintores naturalistas da história, deslumbrante pelas suas cenas de quotidiano muito mais do que pelas suas imagens da realeza e da nobreza.
Com os reis e os príncipes empolgados com os combates – não se fizeram provas só para jovens, como um ano antes – essa foi, pois, assim, a primeira vez que em Portugal «os esgrimistas mais conhecidos concordaram em submeter-se ao veredicto dos toques», a vitória na «poule principal» foi para o «distinto amador» Sebastião de Herédia. A quem coube «estojo com cigarreira e fosforeira de prata lavrada e oxidada oferecida pela Rainha». Das mãos de D. Amélia recebeu o prémio. Sebastião era filho de Francisco Correia de Herédia, Visconde da Ribeira Brava, que ganhara fama de atirador também quando, anos antes, a esgrima ainda só exercício de animação de salões, forma de glamour, preparação para o ritual dos duelos – em que a honra se limpava a pingos de sangue e toques de audácia.
«No governo, um rábula»
O título de Visconde da Ribeira Brava fora criado em 1871 pelo rei D. Luís para agraciar António Correia de Herédia, par do reino, presidente da câmara e governador civil do Funchal, pelo seu trabalho humanitário na ilha da Madeira. Sugeriu que o atribuísse ao filho varão – e foi o que aconteceu. Francisco Correia de Herédia tornou-se figura notável do Partido Progressista de José Luciano de Castro, ele e José Maria de Alpoim. Deixaram-no – quando se lançaram ambos na Dissidência Progressista e se encostaram ao Partido Republicano, por não concordarem com o modo como o seu próprio governo resolvera a Questão dos Tabacos, renovando contrato de monopólio à empresa de Henry de Burnay. Ficou outra vez o país – em tumultos e contestações.
Nos primeiros meses de 1906 houve jornais apreendidos, marinheiros amotinados e estudantes em manifestações, os do Liceu do Carmo em Lisboa, por exemplo, queimaram charuto gigante de cartão onde se lia: Abaixo o Governo - e a 19 de Março o governo de José Luciano caiu mesmo. A 19 de Maio, D. Carlos acabou com o rotativismo entre regeneradores e progressistas que vinha de 1893, pôs João Franco a primeiro-ministro e ele prometeu: «tolerância e liberdade para o país compreender a monarquia». Não cumpriu - e em Outubro, Afonso Costa voltou ao ataque no parlamento: «à frente do governo está um rábula».
Em Abril de 1907, João Franco promulgou nova Lei de Imprensa. Que logo se percebeu que era Lei Contra a Imprensa. D. Carlos fechou as cortes, abriu a ditadura. Franco foi em viagem ao Porto – apedrejaram-lhe o comboio, houve tumultos e tiros. No regresso, apanhou manifestação de republicanos e dissidentes monárquicos no Rossio, houve feridos e mortos. Foi o ano do primeiro Campeonato de Lisboa de futebol. Ganhou-o o Carcavelos FC, dos empregados ingleses da Telegraph Company, a empresa que em Carcavelos tratava do Cabo Submarino Telegráfico – que permitia contactos de voz entre a América e a Grã-Bretanha. Em segundo lugar ficou o Sport Lisboa que alguns meses depois passaria a Sport Lisboa e Benfica...
Para salvar criança, salvou-se Franco...
Numa reunião de Herédia e Alpoim com Afonso Costa e Alexandre Braga, a 11 de Julho de 1907, na casa de Ribeira Brava, à Avenida da Liberdade, lançaram-se as primeiras ideias de movimento que «atentasse contra Franco, o ditador» - como única forma de «resgatar Portugal à ditadura». Eram precisas armas – e foram encomendas a Gonçalo Heitor Ferreira, carbonário com loja à beira da estação do Rossio: nove carabinas Winchester calibre 351 e um lote de pistolas FN-Browning. Pagou-as Francisco de Herédia. Levantou o material na primeira semana de Janeiro de 1908, escondeu-o nos Armazéns Leal, na Rua de Santo Antão. Desconfiado, o comandante da polícia marcou fazer busca à loja, mas antes dos seus agentes lá chegarem, da esquadra saiu aviso a Afonso Costa. Telefonou a Alfredo Leal que, enroladas em tapetes e alcatifas, as levou no automóvel de Ribeira Brava, para a casa de Luís Grandela, irmão de Francisco, o dono dos Armazéns do Grandela. Aos 12 anos chegou a Lisboa para trabalhar como marçano – e em 1881 fundou, inspirado no Printemps de Paris, os Armazéns Grandella. Revolucionou o comércio – vendendo o mais possível ao menor preço possível – e por causa disso os seus rivais acusaram-no de usar produtos de contrabando. Não usava – e utilizou o remoque para fazer campanha de publicidade, como nunca antes se vira. Enriqueceu, tornou-se mecena de artistas, fundou o Teatro da Rua dos Condes e o célebre Club dos Makavenkos – e depressa ganhou reputação de «patrão solidário», construiu bairro de habitação para os seus empregados, um sanatório para ajudar a luta contra a tuberculose – e, amigo íntimo de Afonso Costa, aderiu ao Partido Republicano, através dele chegou a vereador da Câmara de Lisboa...
.A ideia estava, pois, determinada: liquidar Franco. E fixaram-na mais do que uma brigada da Carbonária. Por exemplo, ainda em Janeiro, salvou-se por pouco, vinha de dormir, em segredo, na casa da cunhada, a Condessa de Carnide – e José Relvas contou nas suas Memórias: «Um grupo postado na Estrada de Carnide, ficou à espera da passagem do carro de Franco. Um dos conjurados devia lançar uma bomba sobre o automóvel, cuja identificação seria feita por outros, colocados à distância, encarregados de a garantir por sinais convencionais. Em certo momento, e à passagem dum auto, foi dado o sinal; logo o conspirador acendeu a mecha da bomba, mas como no momento de se aproximar o auto de uma criança, que seria irremediavelmente vítima da explosão, se interpusesse entre o carro e o comjurado, este, não tendo outro meio de extinguir a mecha, apagou-a metendo-a na boca, com o risco iminente da própria vida».
28 de Janeiro ou o golpe do Elevador...
A 23 de Janeiro de 1908, um guarda que se julgava envolvido com os revolucionários denunciou o local onde se guardavam as armas que Herédia pagara – e na sequência disso António José de Almeida e João Chagas foram presos. Afonso Costa tomou as rédeas da conspiração, marcou-a para 28 de Janeiro. A ideia continuava a ser «o assassínio de Franco». Comandos carbonários procuraram-no em casa, junto à Avenida da Liberdade – não o encontraram. Continuava no «jogo do escondidinho», nessa noite dormira na casa de Maria Luísa Schindler, a sogra, à Junqueira.
Combinado ficara também que os líderes revolucionários aguardariam os acontecimentos no Elevador da Biblioteca, a São Julião, de onde sairiam para a Câmara Municipal mal recebessem a informação de que a rebelião triunfara. A notícia não chegava, caiu a noite, entretanto. Polícia achou estranho tanta a gente a entrar e a sair do elevador que já não estava em funcionamento – e avisou o chefe da Esquadra da Câmara. Pouco depois quem lá estava, estava na prisão. Eram mais de 100, entre eles, Afonso Costa – que fora disfarçado, de cara rapada... -, Francisco de Herédia – que tentara a desculpa de que era um simples passageiro apenas... -, Egas Moniz – que encontraram escondido na casa de banho. E José Maria Alpoim? Esse conseguiu escapar de automóvel para Espanha – contou-se que com a complacência de D. Carlos. Júlio de Vilhena, que após a morte de Hintze ficara à frente dos regeneradores, aventou: « Isto ou acaba numa revolução ou num crime». Não se enganou...
Atentado, doença de... Rei
Entretanto, Guerra Junqueiro atirara a D. Carlos como nunca antes ninguém o fizera: rude, brutal, numa crónica no jornal A Voz Pública: «Nós somos escravos de um tirano de engorda e vista baixa. É inaudito que o ventre de um porco esmague uma nação e dez arrobas de sebo achatem quatro milhões de almas. Que ignomínia! Basta!» - e em Abril de 1907 foi condenado a 50 dias de prisão pelas injúrias que lançara.
É, o Rei já sabia os riscos que corria – mas não lhes ligava. «D. Carlos saía todos os dias, de carruagem aberta, sem escolta, acompanhado unicamente pelo seu camarista ou ajudante de campo. Descia vagarosamente o Chiado, subia a Avenida e regressava às Necessidades, sem que ninguém se lembrasse de atentar contra ele», revelou o Marquês do Lavradio. D. Luís Filipe, o Príncipe Real, parecia mais preocupado: «Quando vou com o meu pai, levo sempre na mão o revólver. Se alguém atentar contra ele, atiro-lhe; mas, se por fatalidade não chegar a tempo, mato-o». Mas, de súbito, D. Carlos começou a achar que talvez fossem melhor outras cautelas: «Costumava dizer por graça, que os Reis, além das doenças a que estavam sujeitos, como qualquer mortal, tinham mais uma: o atentado»...
Quando a 31 de Janeiro de 1908, D. Carlos promulgou em Vila Viçosa o decreto que permitia a deportação para as colónias dos presos políticos e a quebra de imunidade parlamentar a todos os opositores do regime e murmurou: «Estou a assinar a minha sentença de morte». Acertou. Nos meses anteriores fora algumas vezes ver futebol às Salésias – sentado em cadeirão real que se colocava à beira da linha de meio-campo. Foi nessa época que o CIF ganhou em Espanha 2-0 ao Madrid FC, que pouco tempo depois ficou Real Madrid FC – e o FC Porto também se estreou no estrangeiro contra o Fortuna de Vigo, o resultado é que nunca se soube...
No Terreiro do Paço, o Regicídio
No dia 1 e Fevereiro, deu-se, então, o regresso da família real de Vila Viçosa. João Franco, para não dar «sinal público de preocupação», mandou que fossem destacados apenas 16 polícias à paisana para o Terreiro do Paço e não os habituais 40. «Estava convencido de que todo o ódio que existia era somente contra ele e só ele corria perigo», revelaria o Marquês do Lavradio...
Quando o vapor D. Luís atracou, apontando para o landau descoberto, puxado por uma parelha, o tenente-coronel Alfredo de Albuquerque, explicou:
- Foi el-rei que quis assim. Eu tencionava mandar automóveis para os levar para as Necessidades. Mas el-rei telegrafou-me a mandar o contrário. Por ordem de Sua Majestade é que a família real vai em carruagem aberta...
Por ali, à espera, acotovelavam-se duas dúzias de famílias nobres, as marquesas do Faial e do Lavradio, a condessa das Alcáçovas e a de Figueiró, os condes de Sabugosa, um herói das campanhas de África, o capitão Roçadas, oficiais do Exército. Em redor da duquesa de Palmela alguém falou falou da estreia da noite: «a é primeira vez se vai cantar no São Carlos o Tristão e Isolda».
A um canto parece que o general Malaquias de Lemos deitou água para a fervura, que ninguém se preocupasse com os boatos que fogacharam pela cidade: que a deportação de chefes revolucionários presos no Elevador da Biblioteca provocaria vários atentados bombistas.
D. Carlos, de uniforme de generalíssimo, boné agaloado a oiro e capote de gola carmesim, D. Amélia, de grande chapéu enfeitado de flores, o casaco negro de marta com a gola soerguida, e luvas brancas, D. Luís Filipe, chapéu alto e sobretudo negro – aconchegaram-se no landau guiado pelo cocheiro Bento Caparica. O rei levava um revólver Smith & Wesson calibre 32, no bolso do capote. De súbito, do lado da praça, quase em frente do Ministério da Fazenda, escutou-se o estalido seco de uma primeira detonação. Homem de longo varino e barbas, vindo da placa central do Terreiro do Paço, tirou uma carabina da capa, assentou o joelho em terra e desatou a disparar. Era Manuel Buíça, 32 anos, professor de um colégio privado, filho de um padre, com a sua Winchester. O primeiro tiro acertou no pescoço de D. Carlos, quebrando-lhe a coluna vertebral, matando-o instantaneamente. Há mais tiros...
Repentinamente, um vulto franzino de rapaz, de Browning FN, de calibre 7,65 em punho, cortou o cordão de curiosos e polícias, põs o pé no estribo da carruagem real e disparou duas vezes sobre D. Carlos, já sem vida. Era Alfredo Costa, 21 anos, sindicalista, ex-caixeiro dos Grandes Armazéns do Chiado – e apavorada D. Amélia fustigou a cabeça do homicida com o ramo de flores que uma afilhada lhe dera na gare. Antes do príncipe D. Luís Filipe se levantar e apontar o seu Colt calibre 38, Costa atingiu-o. E foi Buíça quem, depois, lhe atingiu a cabeça...
«Olha, já morreu o canalha»
Acabou ele também, e como ele Costa, liquidado ali mesmo, a tiro e à espadeirada. Tinham assumido a acção - por não suportarem a ideia de ter Afonso Costa e outros ilustres republicanos na cadeia e em vias de serem deportado para Timor. As armas que usaram - tinham sido as que vieram de Hamburgo, as que Ribeira Brava pagara. E Miguel de Unamuno contaria que, no dia seguinte, ao passear com José Maria Alpoim, na Plaza Mayor de Salamanca – ele, vendo passar outro português, lhe gritou: «Olha, já morreu o canalha!»
De Buíça se ficou a saber que três dias antes fizera testamento – que dizia assim:
Manuel dos Reis da Silva Buiça, viuvo, filho de Augusto da Silva Buiça e de Maria Barroso, residente em Vinhaes, concelho de Vinhaes, districto de Bragança. Sou natural de Bouçoais, concelho de Valpassos, districto de Vila Real (Traz-os-Montes); fui casado com D.Herminia Augusta da Silva Buíça, filha do major de cavalaria (reformado) e de D.Maria de Jesus Costa. O major chama-se João Augusto da Costa, viuvo. Ficaram-me de minha mulher dois filhos, a saber: Elvira, que nasceu a 19 de dezembro de 1900, na rua de Santa Marta, número… rez do chão e que não está ainda baptisada nem registada civilmente e Manuel que nasceu a 12 de setembro de 1907 nas Escadinhas da Mouraria, número quatro, quarto andar, esquerdo e foi registado na administração do primeiro bairro de Lisboa, no dia onze de outubro do anno acima referido. Foram testemunhas do acto Albano José Correia, casado, empregado no comércio e Aquilino Ribeiro, solteiro, publicista. Ambos os meus filhos vivem commigo e com a avó materna nas Escadinhas da Mouraria, 4, 4º andar, esquerdo. Minha família vive em Vinhaes para onde se deve participar a minha morte ou o meu desapparecimento, caso se dêem. Meus filhos ficam pobrissimos; não tenho nada que lhes legar senão o meu nome e o respeito e compaixão pelos que soffrem. Peço que os eduquem nos principios da liberdade, egualdade e fraternidade que eu commungo e por causa dos quaes ficarão, porventura, em breve, orphãos. Lisboa, 28 de janeiro de 1908. Manuel dos Reis da Silva Buiça. Reconhece a minha assignatura o tabelião Motta, rua do Crucifixo, Lisboa...»
64 contos para os orfãos de Buiça...
O jornal O Mundo abriu subscrição em favor da viúva e órfãos de Buiça que rendeu 64 contos de réis. O seu coval e o de Alfredo Costa, sempre cobertos de flores, no Alto de S. João viraram espaço de culto. Jornais ingleses fizeram manchetes com imagens disso – e uma palavra a legendá-las: «Vergonha». E Guerra Junqueiro escreveu: «O Partido Republicano nem organizou, nem aconselhou o atentado. O atentado foi obra única de dois homens. E, contudo, as balas da morte partiram da alma da nação. E diante do cadáver dos homicidas, descubro-me, ajoelhando, com frémitos de terror, lágrimas de piedade e de admiração e de carinho. Mataram? É certo. Ferozes? Sem dúvida. Mas cruéis por amor, ferozes por bondade».
Três dias antes de o matarem, andara D. Carlos em mais uma caçada com D. Luís Filipe por Vila Viçosa. Abateram-se 90 coelhos, sete perdizes, cinco raposas e um tordo. Ao sabê-lo morto, D. Maria Pia, a mãe, descarregou a ira em João Franco: «Diziam que o senhor era o coveiro da monarquia. Foi pior. Foi o assassino de meu filho e de meu neto.» E logo D. Manuel II o atirou para o exílio – criando gobernó que anunciou ser de «acalmação», com amnistia aos presos políticos, regresso à liberdade de expressão, perdão aos jornais fechados...
Degolado na «Leva da Morte»
Governador da Madeira após a implantação da República, Francisco Correia de Herédia passou, num ápice de herói a mártir, vítima da própria República que ajudara a criar. Sidónio Pais atirou-o para a lista dos seus «proscritos» - para os ferros de um calabouço. Mataram-no a 12 de Outubro de 1918 - na Leva da Morte, nome com que entrou para a história a chacina da Rua Victor Córdon. Era então deputado republicano. De manhã houvera em Coimbra rebelião contra o governo de Sidónio Pais. Em Lisboa e no Porto não - mas apesar disso encheram-se as prisões de presos políticos, gente do Partido Republicano sobretudo. Não cabendo mais nos calabouços do Governo Civil, decidiram transferir 153 deles para os fortes do Campo Entricheirado: São Julião da Barra, Alto do Duque e Caxias, num comboio especial do Cais do Sodré. 253 guardas abriram o cortejo com corneteiros e tambores – era uma cilada. Na Rua Victor Córdon soou um tiro - e a polícia ripostou. A Herédia descobriram-no depois numa valeta, degolado por golpe de baioneta. No dia seguinte, o Governo emitiu comunicado afirmando que tudo começara porque o ex-Visconde da Ribeira Brava disparara sobre os guardas da escolta, tentando evadir-se, com uma pistola que «entrara na prisão dentro de um tacho de açorda»! Era mentira, a pistola nunca a encontraram...
Sebastião, herói olímpico
Muitos anos passados, Isabel de Herédia, sua trineta, casou-se com D. Duarte, Duque de Bragança. E Sebastião de Herédia, o filho, que recebera o seu primeiro grande prémio das mãos da rainha D. Amélia, tornou-se figura incontornável no desporto nacional: com o ciclismo a dar os primeiros passos ganhou várias corridas em Paris, os franceses chegaram a colocar hipótese de o levar em 1896 a Atenas à primeira edição dos Jogos Olímpicos, deixaram-na cair por ser português, foi dos primeiros sócios do CIF, do Sporting e do Carcavelinhos,jogou futebol, hóquei em campo e ténis – e já engenheiro químico pelo IS Técnico, representou Portugal no pentatlo moderno dos Jogos Olímpicos de 1928 e 1932.

Olá, então como vais? - Paulo de Carvalho e Tozé Brito

Florbela Espanca - "Amar - Se tu viesses ver-me"

Sinónimos com intelectualidade

"Deglutir o batráquio"
(Engolir o sapo)

"Colocar o prolongamento caudal no meio dos membros inferiores"
(Meter o rabo entre as pernas)

"Sequer considerar a possibilidade de fêmea bovina expirar forte contracções laringo-bucais"
(Nem que a vaca tussa)

"Retirar o filhote de equino da perturbação pluviométrica"
(Tirar o cavalinho da chuva)

a melhor de todas......aprendam:

"Sugiro veementemente a Vossa Excelência que procure receber contribuições inusitadas na cavidade rectal"
(Vá levar no cú)

(recebido por e-mail de: AMM)

E é assim.... diáriamente, tropeçamos com cobras!

A Inveja, de Sebastián Covarrúbias

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo. Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer-te três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te algum mal?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!

E é assim.... diáriamente, tropeçamos com cobras!

(recebido por e-mail de AMM)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

20 anos da libertação de Nelson Mandela

Comemorações na África do Sul

Comemoram-se esta quinta-feira os 20 anos da libertação do líder histórico Nelson Mandela.
Foi com ‘Viva Mandela!’ que os veteranos da guerra anti-apartheid que antigos activistas se fizeram ouvir, numa marcha simbólica que passou pelos portões da antiga prisão de Victor Verster em Paarl, perto da cidade do Cabo, que tinha por objectivo festejar o aniversário da libertação de Nelson Mandela, a 11 de Fevereiro de 1990.
Quanto aos pesos pesados do movimento de libertação, primaram pela ausência, a começar pelo próprio Mandela, Winnie Madikizela-Mandela ou até o próprio presidente, Jacob Zuma, de acordo com o diário britânico ‘The Guardian’.
Nascido em 1918, Nelson Mandela dedicou a sua vida a lutar contra a supremacia branca no seu país.
Estudou Direito e incitou os sul-africanos negros a revoltarem-se contra o tratamento injusto de que eram alvo, por parte do Governo. Participou em protestos e boicotes, tendo-se tornado no principal representante do movimento anti-apartheid, o que o levou a ser considerado pelo Governo sul-africano como terrorista.
Acusado de traição, foi sentenciado a prisão perpétua e conseguiu obter a atenção internacional para as questões relacionadas com o racismo, que o Governo do apartheid impunha.
Esteve na prisão durante 27 anos, até ser libertado em 1990, com 72 anos. Em 1994 tornou-se no primeiro ministro negro na história da África do Sul.
Apesar de ser ter retirado da vida política em 1994, Mandela continua a dar voz às questões que afectam o seu país e ao resto do mundo, tais como sida, pobreza e direitos humanos. Também é um dos responsáveis pela África do Sul ter sido eleita como país onde se realizará o campeonato mundial de futebol em 2010.

in...Correio da Manhã

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Cultura Portuguesa em Olivença

«A associação cultural “Além Guadiana” acaba de apresentar aos representantes políticos e institucionais de Olivença um “Conjunto de propostas para valorizar a língua e a cultura portuguesas” neste concelho. O documento propõe iniciativas em diversos âmbitos e estimula o empreendimento de atuações que reforcem a singular riqueza cultural de uma povoação cujo legado português está latente.
Entre as linhas de atuação inclui-se o fomento do bilinguismo através da informação turística, a sinalização urbana, a promoção de atos e festas ou a difusão bilingue nos meios de comunicação locais.
Também se incluem medidas de aproximação cultural para a lusofonia mediante a potenciação das atuais geminações com cidades portuguesas, a promoção de atividades diversas relacionadas com a música, o teatro, a literatura, a gastronomia, etc.
Além disso, planeiam-se outras atuações que perseguem preservar o património cultural intangível de herança portuguesa, com o ponto forte na língua, bem como na tradição oral.
Estas propostas, com fins culturais e turísticos, vão enfocadas quer a Olivença, quer às suas aldeias e à vila de Táliga, tendo sido bem acolhidas entre os representantes das instituições locais.»

Britânico viveu 18 meses com lobos


National Geographic Channel: A Man Among Wolves Trailer
A curiosidade e paixão pelos lobos levaram o britânico Shaun Ellis a viver em meio selvagem, integrado numa matilha de lobos. Uivou, rosnou, comeu carne crua e sobreviveu. A experiência está agora relatada em livro. Veja também o vídeo.
O primeiro contacto com lobos foi num jardim zoológico, de onde foi despedido porque queria libertá-los. Passou depois sete anos a observar de perto o seu comportamento, no Estado de Idaho, nos EUA. Mas não foi suficiente.
Durante 18 meses, este britânico viveu com uma matilha de lobos nas Rocky Mountains. Uivou, rosnou, comeu carne crua e passou a ser um deles. “O medo transformou-se num saudável respeito. Havia uma linha ténue entre ser aceite e ser expulso do grupo, ou até mesmo ferido ou morto”, disse, em entrevista à BBC.
A experiência de vida selvagem está relatada no livro “The Man Who Lives With Wolves” ("O Homem que Vive com os Lobos"), da editora Harper Collins.
Mal dormiu nas primeiras semanas. Mas “nesse animal, em que a maioria das pessoas vê um matador selvagem e impiedoso”, Shaun Ellis descobriu mais.
“Fui criado pelos meus pais e também pelos meus avós, assim como os lobos são. Isso parece criar aquele equilíbrio natural, em que os menos experientes ganham experiência e conhecimento por ter um animal mais velho para guiá-los”, explicou.
E percebeu logo que a hierarquia também está expressa na hora de comer. “Cada grupo come uma parte diferente da caça. Os líderes comiam o coração, o rim e o fígado. Para mim sobrava tórax e pescoço”.
E comer carne crua não foi difícil? “Depois de passar a maior parte da semana sem comida, pode ser a melhor coisa que já comeu”, frisou o britânico na entrevista.
Nesses 18 meses houve “vários momentos assustadores”, mas recorda um que eventualmente lhe salvou a vida, quando um lobo “lhe disse” para não ir ao rio. “Fê-lo de uma forma muito agressiva, mordendo partes do meu corpo e chegando ao ponto de me derrubar para dentro de uma árvore oca”, recorda.
Algumas horas mais tarde, lambeu-lhe o rosto e levou-o ao rio, onde Shaun Ellis viu sinais de que um urso gigante tinha estado lá.
Decidiu regressar a Inglaterra depois de ver a sua imagem reflectida na água e já não se reconhecer. Diz que abandonar a sua família de lobos foi a decisão mais difícil da sua vida. Mas arranjou outra. Shaun Ellis trabalha no Parque de Vida Selvagem Combe Martin e adoptou três crias de lobo abandonadas à nascença, como líder da família.