segunda-feira, 13 de março de 2006

Há vida depois da morte?


Naquela época fui membro de um grupo de investigação parapsicológica, onde os fenómenos paranormais eram dissecados nas mais diversas variantes; uma das actividades desenvolvidas e estudadas dentro do grupo era a hipnose, através da qual se produziam as mais diversas experiências. Uma das pessoas mais sensíveis à hipnose que conheci foi uma amiga, de seu nome Alda Maria, a qual entrava em hipnose profunda muito fácilmente e estava sempre disposta a colaborar.Naquelas perguntas básicas que se fazem quando a pessoa entra em estado hipnótico tais como, o nome, a idade e outras banalidades para se testar o grau de aprofundamento, foi grande o meu espanto quando ao perguntar-lhe o nome, ela disse chamar-se Luísa Wolnen e que vivera na Áustria há cerca de quatrocentos anos.Fora filha de um compositor de seu nome Wolnen e que o pai compunha música muito esquisita; tinha casado aos dezanove anos, tivera três filhos, dois rapazes e uma rapariga e que nunca conhecera a mãe.Em estado hipnótico continuou a fazer outras revelações, dizendo que estava a ver uma casa de campo que tinha sido sua e também a sua velha criada; afirmou que não gostava da referida criada e que a mesma já fora empregada em casa de seus pais e na sua própria casa. Seguidamente disse que tivera o primeiro filho aos vinte e um anos de idade. A determinada altura afirmou, sempre em estado hipnótico, que estava a ver o marido entrar na sala onde estávamos, mas que ele reencarnou e que presentemente estava a viver um novo ciclo de vida terrestre, encarnado num indíviduo chamado Rui...e pediu para eu não contar nada à Alda; contudo, afirmou que neste ciclo de vida não se dará a união entre ambos. Pediu então para ir à estante onde eu tinha os mais diversos livros, continuando sempre em estado hipnótico, passou a mão pelos livros e tirou a obra "A vida depois da morte" e pediu-me para abrir o referido livro na página cinquenta e um e começar a ler. Sempre com grande à vontade afirmou que eu não comprendia o que se estava a passar!..."A Luísa é a Alda ... mas a Alda não conhece a Luísa". Seguidamente começou a comentar a passagem do livro que eu tinha acabado de ler, dissertando sempre com muita imaginação sobre estas matérias; pediu-me para a levar novamente junto da estante e começou a procurar o mesmo livro que entretanto eu colocara noutro lugar; apalpou os livros todos e como não o encontrasse voltou-se para o sítio certo onde o mesmo estava e apanhou-o. Pediu para eu ler a última página e voltou a insistir que eu não compreendia o que se estava a passar e por isso se ia embora; falei calmamente com ela e tentei demonstrar-lhe que percebia perfeitamente o que se estava a passar. Expliquei-lhe a teoria da imortalidade da alma e ela ficou mais calma esboçando um sorriso de contentamento, afirmando que sim ... era mesmo a realidade do que se estava a passar naquele momento. Mandei-a então abrir os olhos e ela mostrou-se muito inquieta, dizendo que estava a ver um homem muito alto atrás de mim. Falei com ela calmamente ... que não era homem nenhum ... apenas eu a ler a parte do livro e ficou mais calma. Logo de seguida afirmou estar a ver a minha aura, a qual irradiava uma cor muito brilhante e esse fenómeno assustou-a. Ordenei-lhe que fechasse os olhos e fi-la voltar ao estado normal de consciência ... calma...bem disposta ... sem sono nenhum ... e sem se recordar do que tinha acontecido. Uma vez acordada do sono hipnótico fiz-lhe diversas perguntas sobre o assunto ... mas não sabia de nada. Disse-lhe depois o que tinha acontecido ... mas conscientemente não se recordava de nada. O rapaz chamado Rui era também seu amigo. Depois da exposição destes factos há apenas uma questão a levantar: - que se terá passado na realidade?... É verdade que durante o transe hipnótico lhe poderia ter feito uma regressão e tentar esta experiência ... mas tal não aconteceu e o que se manifestou foi simplesmente espontâneo. Falava da vida e da morte ... da sociedade ... com uma imaginação super desenvolvida, mas o mais estranho no caso relatado, uma vez que nunca me passou pela cabeça sondar qualquer reencarnação...foi a forma como aconteceu. Tudo o que acabei de transcrever passou-se no dia 13 de Janeiro de 1977, por volta das 11 horas da manhã, na Moita e sómente, decorridos que foram quase 30 anos o estou a tornar público.

Texto: José C. Ramalho - Direitos de Autor Reservados

domingo, 5 de março de 2006

OLIVENÇA TERRA ALENTEJANA

Conquistada aos mouros por D.Afonso Henriques no ano de 1166,Olivença seria definitivamente incorporada em território português no ano de 1297,através do tratado de Alcanizes celebrado entre o rei D.Dinis de Portugal e Fernando IV de Castela.D.Dinis eleva-a a vila e concede-lhe Foral no ano de 1298,sendo de imediato fortificada e entregue à Ordem dos Templários.Os reis seguintes concederam diversos privilégios aos moradores e realizaram importantes obras defensivas.Em 1488 D.João II mandou levantar a torre de menagem de 40 metros de altura e, em 1509, D.Manuel I mandou erguer a Ponte de Nossa Senhora da Ajuda sobre Rio Guadiana,ligando assim Olivença a Elvas sem passar por território espanhol;o mesmo rei concedeu-lhe novo Foral no ano de 1509.Mesmo após a Restauração da Indepedência em 1640,nunca a Espanha questionou a pertença de Olivença a Portugal,batendo-se galhardamente esta praça nas lutas da restauração contra os espanhóis.A Guerra da Sucessão de Espanha envolve em novo conflito os dois países,tendo as tropas inimigas destruído a Ponte da Ajuda tornando assim muito periclitante a situaçãode Olivença.A 20 Janeiro de 1801,a Espanha concertada com a França de Napoleão Bonaparte invade de novo Portugal sem qualquer motivo válido,ocupando grande parte do Alto Alentejo e,consequentemente.Olivença.Portugal pressionado por espanhóis e franceses e numa situação muito frágil foi obrigado a entregar esta vila pelo Tratado de Badajoz.Depois da abdicação de Napoleão,e pelo Tratado de Viena em 1815,que considerou ilegal a retenção de Olivença por parte de Espanha,tendo esta assinado o respectivo Tratado em 1817,comprometendo-se a devolver a vila e seu termo à soberania de Portugal.Passados 200 anos sobre a invasão,os espanhóis jamais cumpriram o estipulado no Tratado de Viena,tendo a referida vila sendo sucessivamente privada de falar a lingua-mãe,espoliados os seus naturais de todos os seus bens,assassinados aos milhares num autêntico genocidio.A castelhanização tem sido uma das principais armas da politica de anexação espanhola sobre esta vila alentejana ;contudo ainda hoje se fala o português e as gentes continuam a ser tipicamente alentejanas.Portugal jamais reconheceu a soberania espanhola sobre Olivença e a delimitação da fronteira continua em aberto naquela região.Agora que se vai iniciar um novo ciclo na Presidência da Republica Portuguesa,com a tomada de posse de um novo Presidente e em que este é o garante da Independência Nacional,esperamos que o mesmo possa aproveitar as suas altas funções para desenvolver junto do governo espanhol as diligências necessárias para que este tema seja posto em cima da mesa e retomadas as necessárias conversações para a resolução do conflito.Aliás,estando os dois países,Portugal e Espanha inseridos na União Europeia,faz todo o sentido que o assunto seja discutido e resolvido.Duzentos anos bastam de usurpação de território nacional e alentejano em particular.


Texto: José C. Ramalho

sexta-feira, 3 de março de 2006

Bem alto te quero cantar


Para te amar quero viver
És da minha vida a razão
És complemento do meu ser
És fruto da minha canção
Canção em versos singelos
Todos cheios de humildade
São simples e não são belos
(Traduzem sinceridade)
Apenas pretendo compor
Através da poesia
Poemas que falem de amor
Amor,paz e harmonia
São feitos com dedicação
Para ti que me és tão querida
São mensagens do coração
P´rá mulher que amo na vida
Bem alto te quero cantar
Óh minha musa encantada
Meus pobres versos a rimar
Querem-te ver consagrada
És fruto da minha canção
És complemento do meu ser
És da minha vida a razão
Para te amar quero viver.

quarta-feira, 1 de março de 2006

Divagando pelo passado

Sentado à lareira...noite de invernia,
Leio e releio os poemas do passado;
Todos eles cantam o amor divinizado,
Estou absorvido pela nostalgia.

Recordações que restam na poesia,
Daqueles velhos tempos de apaixonado
Onde o amor era bem alto cantado,
Com sentimento...prazer...e alegria.

Recordações que ficaram na minha mente,
E que eu recordo agora suavemente,
Ao ler,estes meus escritos,com ternura.

Os amores,as paixões,os desenganos,
Já passaram nem eu sei quantos anos...
(Lá fora chove e a noite está escura!).

A hora da tua consagração




Vénus a deusa do amor consagrada,
Quando te viu um dia, pôs-se a chorar;
Nesse momento sentiu-se destroçada,
Por uma beleza difícil de superar.

Ela que desde sempre foi exaltada,
Viu chegar a hora do seu reino findar;
Porque a tua beleza tão delicada,
Dizia-lhe,que o seu trono,era o teu lugar.

Ela tinha razão quando tal pensou!...
E tu subiste ao trono solenemente,
Que a tua beleza todo o mundo espantou.

Porque tu eras o máximo expoente,
Da beleza que nesse momento se confirmou,
Duma forma incomparável e eloquente!...