quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Projecto Parque Alqueva


Ministro da Economia presidiu à assinatura do contrato de financiamento do Parque Alqueva

Quarta, 23 Dezembro 2009 10:13

O projecto Parque Alqueva, liderado pelo empresário José Roquette, é o maior investimento turístico a realizar no Alentejo na próxima década, em Reguengos de Monsaraz, estando já em construção.
A assinatura do primeiro contrato de financiamento, ao abrigo da candidatura apresentada no âmbito do sistema de incentivos à inovação, foi feito segunda-feira, à tarde, no salão nobre da Câmara Municipal, tendo sido presidida pelo ministro da Economia, Vieira da Silva e pelo secretário de Estado, Bernardo Trindade.
A primeira etapa deste projecto, com conclusão prevista para o primeiro semestre de 2012, representa um investimento superior a 80 milhões de euros, sendo que 20 milhões já foram investidos, e compreende a edificação da primeira fase do Hotel do Monte com 250 camas, o Wine Club e um campo de golfe. Este empreendimento vai criar mais de cinco mil postos de trabalho, cerca de dois mil directos e três mil indirectos. Este empreendimento visa criar novos pólos de desenvolvimento turístico no país, geradores de riqueza para as comunidades locais e produtos estratégicos para o sector nomeadamente nos segmentos do turismo de natureza, náutico e golfe.
Reconhecido como Projecto de Interesse Nacional (PIN), o Parque Alqueva com as suas infra-estruturas e equipamentos pretende constituir-se como um contributo decisivo para o sucesso da estratégia de desenvolvimento turístico da região do Alqueva. Com uma área total de 2.068 hectares, o empreendimento distribuiu-se por três núcleos situados entre Reguengos de Monsaraz e a albufeira de Alqueva: Herdade das Areias, Herdade do Postoro e Herdade do Roncão Del Rei. O projecto reúne sete hotéis, quatro campos de golfe, duas marinas, centro equestre, um campo de férias, unidades de saúde. Produção de agricultura biológica, centro de avifauna, centros de conferências, infra-estruturas diversas, aldeamentos turísticos, etc.

"Este é um projecto irreversível"
Para José Roquette, este é um projecto irreversível, salvaguardando que a cerimónia realizada não representa o arranque deste projecto, "pois aquilo que já está feito é impressionante a vários níveis". Considerando que este investimento foi um risco assumido por todos os promotores, explicou que se não tivesse sido feito em 2002, "só o poderíamos voltar a fazer em 2010, dadas as condições de terreno e para criação claramente de um dos grandes percursos de golfe em Portugal e na Europa".
Passados sete anos, o líder do projecto recordou que percorreram um caminho pioneiro, no qual não faltaram desafios muito pesados, mas defendeu que é nos momentos difíceis que os empresários portugueses têm que responder "presente". "É importante perceberem que são insubstituíveis na criação de projectos de investimento bem planeados e bem implementados. Temos de conseguir ultrapassar em tempo útil esta crise com a criação de emprego", frisou, acrescentando não ser o momento de virar a cara, "mas de assumirmos os riscos e a responsabilidade porque isto é fundamentalmente uma tarefa de todos". Contudo, José Roquette lamentou o facto da população portuguesa olhar para os empresários "como parasitas sociais", uma vez que "existe uma ideia negativa de nós como especuladores, destruidores de ambiente, despreocupados sobre se criam emprego, estando hoje aqui e amanhã acolá". Na sua opinião, um estereótipo que não corresponde à verdade, "pois aquilo que legitima o resultado favorável de um projecto é o risco e assumir o risco é a vocação mais nobre que os empresários têm".

Projectos são sinónimo de desenvolvimento para a região
Uma vocação e determinação que o presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, José Calixto classificou como muito importante para o concelho e para o turismo de todo o Alentejo. "É este o exacto momento no qual deixamos de falar unicamente em projectos e começamos a falar em obra, em mais emprego no Alentejo, em desenvolvimento económico e social sustentável para a nossa região", sublinhou, adiantando terem sido dados os primeiros passos para o desenvolvimento turístico que ambiciona para o Grande Lago de Alqueva.
"Um turismo de qualidade, de excelência, amigo do ambiente e perfeitamente integrado com os valores culturais das nossas comunidades locais, fazendo desta região um autêntico ‘case study’ em todo o mundo pelos mais elevados padrões de qualidade", frisou, referindo-se ao Parque Alqueva. Contudo, não esqueceu os outros dois empreendimentos que estão previstos também para Reguengos de Monsaraz, "que são igualmente projectos de qualidade" e que, em seu entender, vão continuar a "colocar cada vez mais no mapa" Reguengos de Monsaraz e o Grande Lago com a criação de um destino turístico de referência.

"Empreendimento tem capacidade para promover riqueza e dinamizar a economia regional"
O ministro da Economia, Vieira da Silva considerou o Parque Alqueva como um empreendimento capaz de dinamizar a economia regional, criando riqueza e emprego na região e em todo o país. Definindo-o como um projecto turístico "de grande qualidade", o governante salientou que foi quem deu os primeiros passos no concelho de Reguengos de Monsaraz, estando projectado implementar-se de forma progressiva e segura".
Não obstante, recordou que mais dois projectos estão previstos, afirmando esperar que se concretizem, pois se tal não acontecesse, "o Parque Alqueva corria o risco de ser um grande investimento isolado".Em seu entender, quando se está a sair duma recessão profunda e se vive num contexto de crise mundial muito intenso, "o investimento é o que permite criar o futuro com um maior potencial para a criação de emprego". No entanto, afirmou estar consciente de que toda esta situação "veio colocar dificuldades adicionais aos promotores, sobretudo do ponto de vista financeiro, pois implicam investimentos muito fortes numa altura em que se assiste ainda a uma recessão na procura turística".
Contudo, o ministro deixou a garantia de que o Estado "fará o possível para que, controladamente, o investimento continue a fazer-se nesta região".

In ... Diário do Sul

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Explicada a orelha cortada de Van Gogh?


O quadro que ajudou a explicar o mistério.

Um auto-retrato do pintor que mostra a orelha cortada.
Uma nova teoria baseia-se num quadro do pintor holandês para esclarecer a orelha cortada, pintada num dos seus mais famosos auto-retratos.

Raquel Albuquerque (www.expresso.pt )

Um auto-retrato do pintor que mostra a orelha cortada.
Um dos mistérios da História de Arte está num quadro do pintor holandês Vincent Van Gogh, de 1889. Num auto-retrato, o pintor aparece com uma orelha enfaixada, sem nunca ter explicado o que aconteceu. Uma das teorias apontava para que tivesse sido Paul Gauguin, pintor francês e amigo de Van Gogh, a cortar a orelha ao pintor, em resultado de uma discussão.
Mas existe agora uma nova teoria. Martin Bailey, especialista em arte e autor de um livro sobre o pintor holandês, afirmou que Van Gogh cortou a sua orelha depois de receber a notícia do casamento do irmão, Theo. "Vincent receeou perder o apoio emocional e financeiro do irmão", escreveu Martin Bailey, na edição de Janeiro do Art Newspaper , segundo o Timesonline . Theo era negociante de arte, tinha estado na origem do lançamento do trabalho do irmão e pagava-lhe mensalmente.
O especialista de arte baseia a sua teoria num envelope pintado num quadro de Van Gogh ( Drawing board pipe onions and Sealing Wax , 1889). Depois de o analisar ao microscópio, Bailey diz ter descoberto o número 67. Esse seria o número da estação de correios da Place des Abbesses, perto da casa do irmão do pintor, em Montmartre, Paris. O envelope representaria a carta escrita por Theo, em Dezembro de 1888, anunciando o seu casamento.

O quadro que ajudou a explicar o mistério.
Várias teorias procuraram explicar o que aconteceu à orelha do pintor. Investigadores da Universidade de Hamburgo afirmaram que foi Paul Gauguin, pintor francês, que cortou a orelha a Van Gogh, depois de uma discussão por causa de uma prostituta. No entanto, o Museu de Van Gogh em Amesterdão afastou essa teoria.
Em dez anos de carreira artística (1880-1890) Van Gogh pintou cerca de 864 quadros, muitos apenas conhecidos depois da sua morte em 1890, aos 37 anos.

Futebol feminino com pugilato


Por Redação Yahoo! Esportes


Você com certeza já ouviu aquele ditado de zagueiro "brucutu": "Se a bola passar, o jogador não passa". Pois é, o problema é que o ditado já chegou ao futebol feminino. Tem mulher por aí batendo mais do que homem.
Tinha tudo para ser mais um jogo da liga feminina universitária de futebol dos Estados Unidos entre Brigham Young e Universidade do Novo México, mas uma jogadora chamou a atenção: Elizabeth Lambert. Ela foi considerada a jogadora mais violenta do mundo pela mídia espanhola.
Foram golpes, puxões de cabelo e muitas faltas. Lambert, a número 15 do Novo México (de vermelho), está no terceiro ano de terapia ocupacional. No fim do vídeo, outra companheira "termina o serviço", chutando a bola na cabeça da adversária.
Será que ela tem alguma inspiração no futebol masculino?


segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A Inquisição de Évora


Fotos  JC Ramalho

A Inquisição de Évora


por António Borges Coelho [*]

Quando olhamos o lugar sagrado da acrópole, ladeado pela massa formidável da Sé e a leveza do Templo Romano, quando abrirmos os olhos num estremecimento ante a grandeza monumental do passado, estamos longe de imaginar o medo, a superstição, a glória assassina e os passos, por vezes de extraordinária grandeza, dos condenados ao último suplício.
A Norte da praça, a Inquisição Velha encostava os seus cárceres ao Templo Romano. Olhava o Paço do Arcebispo e a Sé. Estendia-se mais tarde a Poente, ocupando casas compradas ao conde da Vidigueira, ainda hoje marcadas pelas armas do Santo Oficio. A legenda Judca causam tuam circundava a espada e o ramo de oliveira. Em 1636, o arquitecto Mateus do Couto redefiniu o espaço. Uma parte era ocupada pelo palácio inquisitorial, morada individualizada dos três inquisidores; na outra, erguiam-se as duas salas do despacho, os cárceres, os cárceres de vigia, a sala de tortura, não visível na planta mas onde se aplicavam os diferentes tratos, particularmente o do potro e o da polé, e ainda os cárceres da penitência. Restam uma imponente sala do despacho, diferentes espaços reaproveitados, o brasão e outros símbolos, cerca de catorze mil processos, livros de receitas e despesas, correspondência diversa, cadernos do promotor, livros de denúncias.
A Inquisição Portuguesa nasceu legalmente em Évora no ano de 1536, legitimada pelo papa, apadrinhada pelo rei D. João III e pelos infantes seus irmãos que sucessivamente ocuparam a mitra da cidade, o cardeal Afonso e o futuro cardeal e inquisidor-geral D. Henrique. E nesta cidade se organizou o primeiro organismo dirigente, o chamado Conselho das Cousas da Fé, onde pontificava o doutor em Cânones pela Universidade de Salamanca, fundador da Inquisição de Lisboa e futuro arcebispo de Évora, doutor João de Melo. Mas, como tribunal autónomo, a Inquisição de Évora nasce a 5 de Setembro de 1541 com a posse do seu primeiro inquisidor, o temível licenciado Pedro Álvares de Paredes, e é extinta pelas Cortes Constituintes por decreto de 31 de Março, publicado no Diário das Cortes de 2 de Abril de 1821.
Juntamente com as inquisições de Coimbra e de Lisboa, a Inquisição de Évora foi um tribunal dito da fé que sujeitava à sua jurisdição todos os crentes, incluído o rei, a quem por vezes ameaçou de excomunhão. Zelava pela fé tridentina [1] e pela limpeza de sangue. A sua presa privilegiada eram os cristãos-novos. Opunha-se tenazmente à sua fusão com os cristãos-velhos, medindo continuamente o sangue das vítimas e contrariando os casamentos mistos. O seu santo oficio consistia em vigiar, escutar, ler, prender, interrogar, submeter a tortura, julgar e condenar sem apelo nem agravo os chamados heréticos, os relapsos, os sodomitas, os feiticeiros, os bígamos, os solicitantes, os ateus. Só prestava contas ao Conselho Geral e ao Inquisidor-Geral. Todas as justiças ficavam sujeitas ao seu poder que, por intermédio do Conselho Geral e das outras Inquisições, cobria o território nacional e o império marítimo.
O seu aparelho era formado por três inquisidores com preeminência do mais antigo, o da primeira cadeira, por deputados, promotor, notário, fiscal, meirinho [2] , alcaide e guardas dos cárceres. No pessoal eventual, incluíam-se o médico, a parteira, o barbeiro, o pintor das efígies dos condenados à morte, os padres que eram incumbidos de ajudar, nos últimos momentos, os condenados a confessar ou a morrer. A acrescentar a estes funcionários da sede, espalhavam-se pelas principais cidades e vilas os comissários ou delegados locais do Santo Oficio, escolhidos entre os clérigos mais eminentes, os familiares leigos que asseguravam com a sua espada as prisões e a ordem no auto da fé, os qualificadores ou doutores universitários que analisavam as proposições suspeitas de heresia.
No dia 13 de Janeiro de 1729, D. João V visitou incógnito, em companhia do físico-mor, os cárceres da Inquisição de Évora. Entrou pela porta secreta do alcaide dos cárceres, assistiu ao interrogatório de um feiticeiro, examinou os cárceres de vigia, entrou na sala do despacho, olhou das janelas o palácio do arcebispo e penetrou depois, à luz das velas, na sala do "secreto". A 6 de Fevereiro, no seu regresso da fronteira, o rei visitou de novo os cárceres e na sala da tortura um dos guardas sujeitou-se simuladamente aos tratos de polé e às correias do potro.
Não faltaram conflitos a minar o entendimento entre as quatro grandes instituições que marcavam a vida da cidade: a Sé, a Universidade, a Inquisição e o Concelho. A Inquisição e a Sé estavam frente a frente. O Concelho tinha a sua sede num dos extremos da Praça Grande ou Praça do Giraldo onde se desenrolavam os autos da fé. A Universidade marcava um espaço junto da antiga alcáçova [3] . Na coexistência nem sempre pacífica dos poderes, os arcebispos furtavam-se a ir ao auto da fé por questões de preeminência. Queriam uma cadeira especial que os inquisidores, administradores do acto, negavam. Mas a ligação à Sé era orgânica: quase todos os inquisidores acumulavam o seu cargo com os de cónego da Sé e muitos deles subiram às mitras, designadamente à mitra de Évora, considerada nos meados do século XVIII mais rendosa que a Sé de Braga e a segunda das Hespanhas.
Também não faltaram questões com a Universidade que disponibilizava os seus doutores para a pregação nos autos da fé e para o acompanhamento final dos presos. As questões eram ainda de preeminência. Quem devia abastecer-se primeiro de carne no mercado: os criados dos inquisidores ou os da Universidade? Num conflito célebre entre a Universidade e a Inquisição, deflagrado em 1643, D. João IV decidiu contra a Universidade, possuidora de antigos privilégios e partidária da Restauração, e a favor da Inquisição que contra ele conspirava e prendera o padre jesuíta Francisco Pinheiro, lente de Teologia.
A tensão entre a Inquisição e a cidade explodiu algumas vezes em violência. Um dos momentos de maior tensão viveu-se na última década do século XVI quando os inquisidores prenderam boa parte dos mercadores eborenses da Praça Grande. Para escárneo das famílias, penduravam-se na igreja de S. Antão as efígies dos condenados à morte. Mas os inquisidores queixavam-se que alguém as destruía pela calada ao mesmo tempo que os cristãos-novos se recusavam a ser fregueses de S. Antão.
Numa sociedade mortificada por escrúpulos de consciência, sempre desconfiada dos seus pensamentos e dos pensamentos e das práticas dos vizinhos, o tribunal alimentava-se quase exclusivamente da denúncia. E toda a sua actividade interna consistia em fabricar denúncias, verdadeiras e falsas, usando as longas prisões sem culpa formada, as ciladas, a coacção psicológica, a tortura. O momento mais alto era o do auto da fé anual, a «Testa» que por vezes se prolongava pelo dia inteiro e onde eram «reconciliados» ou garrotados e queimados os hereges relapsos e negativos, quase sempre cristãos-novos.
O lugar de deputado e de inquisidor abria as portas do verdadeiro cursus honorum que desembocava nas mais altas prebendas da Igreja e do Estado: conezias [4] , mitras, reitorados da Universidade, Conselho de Estado (por inerência, o membro do Conselho Geral tornava-se membro do Conselho de Estado), Mesa da Consciência e Ordens. Pelos quadros da Inquisição de Évora passaram doutores e mestres em teologia, doutores, licenciados e bacharéis em direito canónico ou em ambos os direitos. Entre eles, o teólogo dominicano Frei Jerónimo de Azambuja que participou no Concílio de Trento, e Marcos Teixeira, cónego doutoral da Sé de Évora, futuro bispo do Brasil que comandou a reconquista da Baía tomada pelos holandeses em 1624.
O chamado distrito onde a Inquisição de Évora exercia a sua actividade abarcava todo o sul do Tejo com excepção da península do Setúbal. Nos seus primórdios recebeu presos de Trás-os-Montes e da Beira. As cidades e vilas mais castigadas foram Beja, Évora, Elvas, Montemor-o-Novo, Campo Maior, Arraiolos, Viçosa, Estremoz, Serpa, Faro. Os períodos de maior rigor ocorreram nos governos de Filipe II e IV e após a morte de D. João IV. E só depois do governo do Marquês de Pombal, o pedreiro livre substitui o cristão-novo.
Entre as vítimas conta-se o desembargador e humanista Gil Vaz Bugalho, cristão-velho, amigo de linguistas de origem hebraica, doutos no latim, no hebraico e no caldeu, tradutor para linguagem dalguns livros do Velho Testamento e queimado em 1551. Frei António de Abrunhosa, franciscano natural de Serpa, parte de cristão-novo e cristão no coração, assistiu à prisão da mãe, das irmãs e sofreu ele próprio a perseguição dos seus conventuais e do Santo Oficio. Manuel Casco de Farelais, aluno da Universidade e fidalgo cristão-novo, enviou da prisão um Padre Nosso em verso antes de ser queimado em 1629. Em 1613 um cristão-novo denunciava alentejanos que judaizavam em Hamburgo e Amesterdão. Entre eles contavam-se o licenciado Francisco da Rosa, dos Rosas de Beja, Manuel Gomes de Évora (Jacob Abenatar), Álvaro de Castro, dos Namias de Beja, Melchior Mendes de Elvas (Abraão Franco), Nuno Bocarro (Jacob Pardo), dos Bocarros de Beja, e outros. Os fugitivos diminuíam as forças de Portugal e alimentavam as da Holanda e doutros países do Norte.
António Costa Lobo, um dos cidadãos mais ricos de Beja, onze anos preso sem culpa formada e queimado em 1629, afirmava que o Santo Ofício era um tribunal do diabo. Que os inquisidores vinham da Beira julgar as consciências alheias e, em vez de as salvarem, as metiam no inferno.
Durante quase três séculos muitos dos homens mais poderosos das cidades e das vilas a Sul do Tejo passaram pelos cárceres e sofreram o confisco dos seus bens. De tal modo que, já em 1630, o inquisidor-geral D. Fernando de Castro escrevia que se o reino estava menos rico em compensação estava mais católico. Mas no fim das contas, sem somar o sofrimento e a humilhação, sem contar a «desonra das gerações», nas palavras de frei António de Abrunhosa, podemos afirmar que o Alentejo e o Algarve ficaram menos católicos e mais pobres.

[*] Historiador , autor de "Portugal na Espanha Árabe", "A Revolução de 1383", "A Inquisição de Évora" e muitas outras obras.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Já está...



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Carlos do Carmo - Os Putos (Ao vivo no Coliseu dos Recreios)


Benfica 1 - Porto 0



GOLO DE SAVIOLA DERROTA FC PORTO

Desmarcado por David Luiz, Javier Saviola marcou ainda na primeira parte o golo da vitória do Benfica sobre o FC Porto, no jogo grande da 14.ª ronda da Liga Sagres. Na Luz, debaixo de muita chuva e de muito frio, a equipa de Jorge Jesus conquistou três preciosos pontos, que mantêm a igualdade com o líder, o Sp. Braga. Os dragões é que estão agora a quatro do duo da frente.
in... Record

domingo, 20 de dezembro de 2009

José Cid - 20 anos


Resposta ao tempo - Nana Caymmi


Ou nós, ou o palhaço


O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.


O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá.

Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada. Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver. O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

(artigo de Mário Crespo)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Marcus Tullius - 55 a.c.


The T - Mobile Dance


Charlie Chaplin - Table Ballet


Mesmo viciado em internet



Mais uma peixeirada no Parlamento


O leão pirou-se...


O pobre do leão não aguentou mais e deu de frosques do seu emblema centenário!... E sabem porquê?...Porque os sportinguintas estão cada vez mais parecidos com os sapos; são verdes... inchados como o caraças e de tanto inchaço ainda acabam por rebentar. Fartou-se dessa megalomania o rei da selva ... porque rei é apenas ele e não um sapo qualquer que anda por aí a largar baboseiras. Pirou-se e pronto... que rebentam à vontade esses sapinhos...

Vai dar corda aos calcantes


Num programa de televisão,
Chamado “Prolongamento”;
Bota papo um sabichão,
Que faz figura de jumento.

Armado em comentador,
Arrogante e bem manhoso;
Dizem para aí que é doutor,
Um tal Eduardo Barroso.


Abre a boca diz asneiras,
Só destila frustrações;
E as suas baboseiras,
Só encerram contradições.


Sportinguista apaniguado,
Por o seu “team” não vencer;
Odeia o que é “encarnado”,
E nem essa cor pode ver.


Sempre se diz cirurgião,
Para todo o mundo saber;
Mas não faz rugir o leão,
Que continua sem vencer.


Se queres ser treinador,
Muda mas é de profissão;
Já que és tão sabedor,
Arranja lá uma solução.


Tu querias ser presidente,
Lá no clube dos leões;
Continua a ser obediente,
E a berrar nas televisões.


Logo serás recompensado,
Quando esta Liga acabar;
Novo desaire anunciado,
E nunca mais te vais calar.


Para homem tão importante,
Olha lá que triste figura;
Tu não passas dum pedante,
Óh desvairada criatura.


Quando fores à televisão,
Toma sempre dois calmantes;
E já que não és campeão,
Vai dar corda aos calcantes.

José C. Ramalho - Direitos de Autor Reservados / SPA

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

No Teu Poema Mafalda Arnauth


Ary dos Santos homenageado em tertúlia



Fernando Tordo e o projecto musical "Rua da Saudade" são os anfitriões da tertúlia onde, esta segunda-feira, se recordou Ary dos Santos. Se fosse vivo, o poeta faria no dia 07 de Dezembro 72 anos

Se Ary dos Santos fosse vivo faria no dia 07 de Dezembro 72 anos. Para assinalar a data de aniversário de um dos maiores poetas portugueses, foi realizada uma tertúlia na sua última morada (Rua da Saudade, nº 23 r/c Dto). O músico Fernando Tordo, o compositor Nuno Nazareth Fernandes e os artistas envolvidos no disco "Rua da Saudade - canções de Ary dos Santos" (Luanda Cozetti, Mafalda Arnauth, Susana Félix e Vivianne) foram alguns dos nomes presentes nesta homenagem.



Ao longo do serão, Fernando Tordo um habitual frequentador da casa, levou a sua viola (promete cantoria) e fez uma visita guiada recordando histórias ocorridas em cada divisão e explicando como nasceram algumas das suas canções. Recorde-se que Ary dos Santos morreu a 18 de Janeiro de 1984, com 47 anos, em casa, quando preparava um livro autobiográfico intitulado "Estrada da Luz-Rua da Saudade" e a edição de dois livros de versos, "Palavras das Cantigas" e "Trinta e Cinco Sonetos". Esta reunião de amigos e o facto do disco "Rua da Saudade" permanecer no segundo lugar do Top nacional é uma prova de que a obra e a memória de Ary está viva e de boa saúde.
in...EXPRESSO 8.12.2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

São robalos, robalinhos


São robalos, robalinhos,
Bem fresquinhos e gostosos;
São apenas presentinhos,
Que são muito apetitosos.
Armando Vara camaleão,
Na arte de se disfarçar;
Fez uma Pós –Graduação,
Mesmo antes de se licenciar.
Que crânio tem o doutor,
Grande mestre do pensamento;
Do BCP se tornou gestor,
Vejam como é grande o talento.
Godinho o rei da sucata,
Nas escutas envolvido;
Acabou por dar barraca,
E o Vara foi demitido.
Dez mil euros de presente,
À custa dos compadrios;
Áh Zé Povinho que gente,
Que até nos causa arrepios.
Mas o Vara está protegido,
Ele pode estar descansado;
Será ilibado como arguido,
Pelo Sócrates condecorado.
As escutas serão apagadas,
Nada disto aconteceu;
Neste país de fantochadas,
A justiça já pereceu.

José C. Ramalho - Direitos de Autor Reservados / SPA