Em Abril de 1908, pouco depois do regicídio, dois dirigentes republicanos e um áulico da Corte de D. Manuel II congeminaram, em casa de Bernardino Machado, um pacto de tréguas que convinha às duas partes: exonerando os republicanos da má fama de envolvimento na matança do Terreiro do Paço, daria à Monarquia o “benefício da dúvida” e ao regime um último fôlego, tão necessário no início do novo Reinado. Apesar de acarinhado pelo jovem Rei e apoiado pelo primeiro-ministro, o pacto foi frustrado nos corredores do Poder pela feroz oposição de um dos líderes monárquicos; e a sua inviabilização esteve na origem da opção revolucionária dos inimigos do regime, que acabaria por conduzir à instauração violenta da República, em 5 de Outubro de 1910. Apesar da sua importância para a compreensão do processo republicano português, o “Pacto Liberal” (como então se lhe chamou) tem permanecido até hoje omisso na história “oficial” do período. É dessa trégua gorada que este livro se ocupa, documentando os últimos dias de um regime condenado pela cegueira de muitos e pela ambição de alguns.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Os Últimos Dias da Monarquia - O Desconhecido "Pacto Liberal" de 1908
Em Abril de 1908, pouco depois do regicídio, dois dirigentes republicanos e um áulico da Corte de D. Manuel II congeminaram, em casa de Bernardino Machado, um pacto de tréguas que convinha às duas partes: exonerando os republicanos da má fama de envolvimento na matança do Terreiro do Paço, daria à Monarquia o “benefício da dúvida” e ao regime um último fôlego, tão necessário no início do novo Reinado. Apesar de acarinhado pelo jovem Rei e apoiado pelo primeiro-ministro, o pacto foi frustrado nos corredores do Poder pela feroz oposição de um dos líderes monárquicos; e a sua inviabilização esteve na origem da opção revolucionária dos inimigos do regime, que acabaria por conduzir à instauração violenta da República, em 5 de Outubro de 1910. Apesar da sua importância para a compreensão do processo republicano português, o “Pacto Liberal” (como então se lhe chamou) tem permanecido até hoje omisso na história “oficial” do período. É dessa trégua gorada que este livro se ocupa, documentando os últimos dias de um regime condenado pela cegueira de muitos e pela ambição de alguns.
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