quarta-feira, 10 de junho de 2009

História de Portugal - Breves apontamentos - Restauração de 1640






A independência de Portugal como Estado soberano é posta em causa a partir do momento
em que o rei D.Sebastião contra tudo e contra todos resolve partir para Marrocos no ano de 1578 para combater os mouros no seguimento da sua megalomania em construir um império português à custa dos "infiéis". De espirito aventureiro nenhuma razão o demoveu de seguir em frente, sem olhar às consequências que poderiam advir para o país caso ocorresse a sua morte, tal como veio a acontecer. Sem ter descendência assegurada, tinha do outro lado da fronteira o primo Filipe II de Espanha atento ao desenrolar dos acontecimentos visto ser neto pela via materna do rei D.Manuel I de Portugal. Com um exército composto maioritáriamente por mercenários contratados em vários países da Europa, sem treino militar adequado, foi presa fácil para os marroquinos que o desbarataram fácilmente no Batalha de Alcácer-Quibir em que o próprio D.Sebastião desaparceu para sempre na refrega e ficando cativa uma boa parte da nobreza nacional. Consumado o desastre, mais que previsivel, logo Filipe II avançou para o terreno no sentido de anexar Portugal à coroa espanhola; à custa de portugueses pouco escrupulosos que se deixaram vender a Espanha, á teimosia de Cardeal D.Henrique que governou dois anos após a morte do sobrinho em nomear um sucessor, nomedamanente D.António Prior do Crato também seu sobrinho mas por quem nutria um ódio implacável, deixou arrastar a situação até á sua morte o que levou Filipe II de Espanha a ser aclamado nas Cortes de Tomar como Filipe I de Portugal.
Aqui começa o período de sessenta anos, que perdida a independência, foi completamente desastroso para o nosso país. A Espanha que se encontrava em guerra com as principais potências europeias, arrasta assim Portugal para uma disputa que não era nossa, mas que devido à união das duas coroas esses países passaram também a tratar-nos como inimigos começando a atacar as nossas possessões ultramarinas, em que os holandeses, por exemplo, ocuparam Angola e o nordeste brasileiro. A tudo isto o descontentamento popular pela carga de impostos que os Filipes sempre lançaram sobre Portugal, a perseguição e tortura a que sujeitavam a quem se manifestava contra o seu dominio, o desprezo pelos costumes e leis do país, tudo isso foi cimentando a ira popular contra o opressor, no que resultou em primeira instância pelas Alterações de Évora no ano de 1637 em que o povo pegou em armas e tentou sacudir o dominio castelhano. A revolta alastrou a várias cidades do país mas ainda sem a força necessária para ser levada até ao fim. É evidente que as perseguições aos naturais do reino se multiplicaram envoltas em sangue e mortes de muitos portugueses.
Contudo a semente da revolução estava a germinar e os verdadeiros patriotas, aqueles que queriam ver no trono um rei natural e não um estrangeiro, que no caso Flipe III pretendia fazer de Portugal uma simples colónia espanhola, pegaram em armas na manhã libertadora do 1º de Dezembro de 1640, invadindo o palácio prenderam a Duquesa de Mântua que governava Portugal em nome de Filpe III, mataram o secretário Miguel de Vasconcelos personagem odiada pelo povo, uma vez que sendo português se tinha vendido a Espanha e aclamaram o D.João, oitavo Duque de Bragança como rei de Portugal e que viria a ser aclamado como D.João IV nas Cortes de Lisboa. Como era de esperar seguiu-se uma guerra dura e devastadora que durou vinte e sete anos lutando contra as constantes investidas dos espanhóis no sentido de reconquistar Portugal. A paz só viria a ser alcançada já no reinado de D.Pedro II mas o grande obreiro da Guerra da Restauração foi o Conde do Castelo Melhor que governou o país em nome de D.Afonso VI. De novo Portugal emergiu como país independente e na velha Europa somos um país com quase mil anos de História. PORTUGAL SEMPRE !

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