terça-feira, 16 de junho de 2009

Bocage - O libertino amante





Passados que foram mais de duzentos anos ( 1765 - 1805 ), sobre o desaparecimento fisíco do insigne vate, não podemos esquecer tão prodigiosa figura da literatura nacional e da putaria em particular. Frequentador dos principais salões da sociedade lisboeta da época, Manuel Maria nunca deixou os seus créditos por mãos alheias ... exercitando-se na sublime e elevada arte de "bem montar toda a sela". Apesar de alguns amargos de boca pela sua enorme apetência sexual, pois os invejosos e inúteis existiram em todas as épocas, a figura de Bocage atravessou o tempo e chegou aos nossos dias como símbolo do macho lusitano, sempre pronto a dar a sua pinocada na fêmea mais apetecida! Salvé Manuel Maria... foste o maior...
Nada melhor neste apontamento que transcrevermos um soneto do seu ilustre autor:


É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,
Bem que duas gamboas lhe lobrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo,
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro:

Verga, e não quebra, como o zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro, tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro:

À roda da raíz produz carqueja:
Todo o resto do tronco é calvo e nú;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!

Para carvalho ser falta-lhe um u;
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cú.

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