A recente polémica que envolve Saramago e a igreja católica tendo como base a publicação do livro Caim, apenas vem demonstrar as posições extremadas dos antagonistas. A igreja não pode apagar do seu vasto curriculum todo um passado nefasto que através dos séculos contribuiu para reduzir o ser humano à sua ínfima expressão. Falar da igreja católica é relembrar a “santa Inquisição” que destruiu milhões de vidas humanas, “hereges” queimados na fogueira, usurpação de bens alheios que confiscados pelo santo oficio alimentaram a máquina infernal dessa instituição religiosa. Saramago o dono da verdade absoluta desafia em tom provocatório essa mesma igreja que chegou ao século XXI carregando esse passado pouco recomendável mas que ainda não aceitou que o seu poder está muito relativizado porque as mentalidades mudaram e o inferno reside precisamente na mente dessa cambada que vive à sombra do Vaticano. Que Saramago tenha direito à liberdade de expressão estamos totalmente de acordo, mas que seja coerente consigo próprio e denuncie abertamente o que se passa nos regimes totalitários que defende com unhas e dentes. Claro que aqui a contradição é mais que evidente… a filosofia social-fascista que manifestamente aprecia deixa muito a desejar numa sociedade democrática onde o voto popular rege um estado de direito.
Saramago é um demagogo que não prima minimamente pelo bom senso… defende as contradições mais absurdas que se possam imaginar e julga-se o pansófico absoluto em que a sua sabedoria vai muito além do comum dos mortais. Mas como como “presunção e água benta cada qual toma a que quer” ele que continue a insinuar-se como um ser humano endeusado ao bom estilo de Stalin ou Fidel,seu particular amigo. Afinal os extremos tocam-se e neste caso parece que estão ao mesmo nível.
Texto: José C. Ramalho
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