Charneca de vida a vida
Tolhida de solidão
névoa da água dos olhos
triste coração pesado
do coro de ganhões perdidos
na sombra que cai do céu.
Ladrões a comerem estradas
entre cavalos da guarda
para a cadeia das vilas
Bebedeira de malteses
desgraçados e terríveis
gritando facas de mola
Caminhos do Alentejo
desde menino vos piso
no meu caminho para Beja
Ó navalhas de malteses!
Coro de ganhões perdidos
Emboscadas de ladrões
Ó urzes, cardos, esteveiras!
Terra bravia de fomes
Caminhos do Alentejo
Deixai me passar em frente!
Que na Torre Alta de Beja
Florbela grita o meu nome
sorrindo para os meus olhos
com os seios tão redondos
como duas rosas cheias!
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