Portugal: Batalha do Ameixial
Conflitos da Idade Moderna
08-06-1663
A batalha de Ameixial insere-se no conjunto de batalhas entre Portugal a monarquia dos Habsburgos espanhóis que tiveram lugar durante a guerra da restauração 1640-1668.
Passados mais de 20 anos após a expulsão do monarca Habsburgo (Filipe III) do trono de Portugal, a monarquia espanhola continuava a tentar terminar aquilo que considerava a rebelião portuguesa, recusando-se a aceitar a independência portuguesa.
Com o fim dos seus problemas na Europa e com a Catalunha submetida, e sem inimigos para combater, a coroa dos Habsburgos espanhóis passou a dirigir todos os seus esforços contra Portugal, que se encontrava praticamente sozinho.
Em 6 de Maio de 1663 forças constituídas na sua maioria por soldados castelhanos (o principal dos reinos Habsburgos) invadem Portugal, sob o comando de João de Áustria com uma força de cerca estimada em 26.000 homens com grande numero de forças de cavalaria, que se estimam entre 2.500 a 5.000.
Entrando em Portugal a partir de Badajoz a força tomou Évora a 22 de Maio, fazendo 7.000 prisioneiros e controlando a estrada para Alcácer do Sal, que se fosse tomada, permitiria dividir Portugal em dois. Tratava-se da mais perigosa investida das forças castelhanas sobre Portugal, durante todos os 28 anos que durou a Guerra da Restauração. Parte da força fica em Évora para controlar a cidade e a força castelhana parte para enfrentar os portugueses com um efectivo de aproximadamente 22.000 homens.
No entanto, as forças invasoras descuidaram os seus flancos.
Foram emitidas ordens para que forças do exército português da Beira, descessem para sul do Tejo, para dar luta às forças castelhanas e duas forças portuguesas comandadas pelo Marquês de Vila-Flor e pelo Conde de Schomberg, agindo na retaguarda, forçam as tropas castelhanas a voltar para trás, evitando que se dirijam para Lisboa. A junção das forças militares e de milicias que acorreram ao Alentejo embora qualitativamente inferiores às forças castelhanas, atingiam aproximadamente 20.000 homens.
As tropas invasoras não contaram com as dificuldades de abastecimento que a invasão implicaria, nem com a acção das forças portuguesas na retaguarda, que impediam a chegada de reforços e de munições.
Jogou fortemente a favor dos portugueses, a tradicional «soberba» castelhana, que considerava o exército português como inferior, dando a derrota dos portugueses por certa, ainda mais por se estar perante o mais poderoso exercito castelhano formado para invadir Portugal em 83 anos.
As forças portuguesas e castelhanas encontram-se em 8 de Junho nas proximidades de Estremoz. A batalha dura todo o dia e corre mal para os portugueses desde o inicio, pois a pressão que a forte cavalaria inimiga pode fazer sobre as forças portuguesas é enorme.
A derrota das forças castelhanas é total. Ao fim do dia, os castelhanos contam com 10.000 baixas, quase metade das forças. As tropas escapa-se na direcção de Badajoz, abandonando a guarnição de Évora à sua sorte.
As forças portuguesas dirigem-se posteriormente a Évora, onde cercam a cidade até que as forças castelhanas constituídas por 3.700 homens se rendem.
A derrota no Ameixial foi um desastre pesado para a coroa dos Habsburgos espanhóis, que tinha até lançado novos impostos e lançado uma nova desvalorização da moeda para pagar os custos da campanha contra Portugal.
Do exército de 26.000 homens e excluindo os feridos, apenas 12.300 voltam a território espanhol.
As forças castelhanas sofrem 4.000 mortos, 2500 feridos, 3500 prisioneiros durante a batalha, a que se juntam mais 3.700 prisioneiros do cerco de Évora.
Um dos factores mais espantosos da batalha foi a grande diferença entre as baixas das forças portuguesas e das forças castelhanas, já que entre os portugueses as baixas atingem 1.000 homens entre mortos e feridos.
Entre as razões da catástrofe, estará a fraquíssima qualidade militar dos comandos castelhanos, e o facto de as forças invasoras estarem tão seguras da sua superioridade que não tiveram cautelas quanto ao avanço no terreno descurando as posições da artilharia portuguesa.
in... Área Militar
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